Quanto ao programa, analisamos a relação de ambientes e áreas solicitadas convertendo-a em tipologias funcionais espaciais e combinadas de forma a gerar um símbolo que colabore com a tendência de espalhamento de centralidades do mapa urbano. Aproximamo-nos das solicitações no intuito de produzir um tecido construtivo diferenciado e contínuo cuja qualidade é decorrente de sua consistência, não das características individuais de edifícios separados.
Quanto ao partido, entendemos no logotipo do concurso a importância de considerar um terceiro elemento – a intercessão entre os dois conjuntos – como igualmente importante no conceito pretendido para a arquitetura da proposta. Na desconstrução deste símbolo, encontramos as articulações de tipologias funcionais pretendidas para o programa: criar novas dinâmicas através de artifícios como a permeabilidade e as trocas entre o trabalho institucional, a atividade econômica e o lazer contemplativo e social.
Abrigadas pelo edifício que dialoga – quando conveniente, criando suas ambiências, sua identidade própria – com o contexto histórico arquitetônico no qual se insere e pelo vazio que ao mesmo tempo em que o abraça também o setoriza, mas sem dividi-lo. Na esperança fiel que as instituições que irão povoar estes espaços possam transformá-los em lugar de promoção dos princípios daquele ofício que as une, para que sejam juntas em nosso país, maior do que as dificuldades que nos separam.
O movimento de implantação no terreno do partido alcançado objetivou a criação dos espaços urbanos identificados como necessários na definição do programa, a criação do maior número possível de conexões entre as tipologias funcionais e a preservação da maior parte do edifício protegida do poente. Os espaços solicitados foram setorizados não apenas em função da instituição, mas separadas em categorias prioritárias no que se refere ao pé direito dos ambientes e ao uso: atendimento ao público no térreo, atividades burocráticas no primeiro pavimento e atividades de trabalho no segundo pavimento.
As circulações verticais concentradas nos eixos dos edifícios facilitam os acessos e reduzem os caminhos entre pavimentos, permitindo rotas de fugas dentro dos parâmetros exigidos pelo corpo de bombeiros, sem necessidade de utilização de sistemas especiais de proteção e combate a incêndio. A modulação ampla dos pilares da estrutura metálica permite fácil reordenação do espaço, orientando a definição da maior parte das vedações como divisórias.
Um pequeno deslocamento da edificação em relação ao eixo do terreno para a esquerda cria uma grande faixa de permeabilidade ao longo da divisa direita do terreno que cumpre assim sua parte no sistema de arrefecimento da fachada oeste da edificação, melhorando o desempenho térmico de toda a edificação.
A vaga de carga e descarga, locada no canto menos favorável para o conforto térmico do terreno visto seu uso esporádico permite a pavimentação em nível de uma área ideal para a implantação do reservatório de águas pluviais exigido pela legislação local, de forma a que seu extravasor funcione para a rua em caso de chuva superior ao tempo de retorno estimado em cálculo, e não para o subsolo, como é comum nos alagamentos do Distrito Federal.