A IMAGEM DA CIDADE
Toda cidade possui traços e características marcantes que definem sua identidade e formam sua imagem. O trabalho que envolve a adaptação do Edifício Anexo IV para abrigar a Biblioteca da Faculdade de Direito da USP é fortemente representativo e significante para a cidade, visto que está situado no centro de São Paulo e deve estabelecer ligação funcional e simbólica com o edifício histórico do Largo São Francisco, tombado pelo CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo -, além de estar situado próximo a marcos históricos importantes, como a Praça da Sé com o marco zero e sua famosa Catedral.
A situação atual do Anexo IV é um retrato de inadequação funcional e estrutural, comportando parte do acervo de forma precária e insalubre, isenta de qualquer relação aberta com a cidade. Com o objetivo de promover a reestruturação do conjunto apresentamos uma proposta firmada nas relações de abertura do edifício para o espaço público, com uma renovação abrangente, que parte das soluções de engenharia estrutural, conforto ambiental, desenho de mobiliário, para incorporar um conjunto de soluções que faça da Nova Biblioteca da USP um edifício contemporâneo, inovador, e integrado à vida urbana.
A CONSTRUÇÃO DO PÚBLICO-PRIVADO
A decisão fundamental de integração do edifício com a vida urbana é a abertura do térreo, que de forma convidativa se torna um espaço público com café e espaço de exposições. O térreo terá fechamento alternativo em período noturno por questões de segurança e preservação. Outra forma de se conectar com a cidade acontece na cobertura, que proporciona espaço coberto e descoberto com vistas privilegiadas da cidade e mobiliário externo que fomenta o convívio social e o descanso.
Outras decisões de projeto são pontos conectivos, como o foyer do auditório no décimo segundo andar que se abre para a cidade proporcionando belas vistas ao limite do espelho d’água; os espaços de estudo, leitura e pesquisa do acervo, que visam sempre uma ativação social e formas contínuas de interação.
A conexão desejada com o edifício histórico seria incoerente com a realidade urbana se fosse realizada por túnel ou passarela, pois ambas as soluções interferem agressivamente no patrimônio histórico tombado e se mostram tecnicamente complicadas. Nossa proposta incentiva a simples mobilidade do pedestre que dá vida às cidades, apenas facilitando seu acesso com faixas de travessia elevadas e sinalização adequada.