A situação atual dos corredores de trânsito da cidade de São Paulo é caótica.
Grandes congestionamentos, deslocamentos pendulares excessivamente longos e exaustivos, causados por um modelo de desenvolvimento urbano voltado para a priorização do carro como meio de transporte.
Nossa proposta pretende contribuir para a construção de uma cidade para as pessoas, planejada primordialmente visando o bem estar e convívio social, a urbanidade saudável para pedestres e ciclistas, e o transporte público de qualidade, em detrimento dos modos de transporte individual motorizado. A redução do uso de carros e motos através de ações no espaço físico e nas políticas de mobilidade urbana tem como objetivo melhorar a fruição do tráfego na capital e a melhoria da qualidade de vida da população.
Para tanto, propomos dois conjuntos de parâmetros urbanísticos a serem integrados no novo Plano Diretor Estratégico: o Zoneamento Híbrido e as Intervenções nos Corredores Urbanísticos.
O Zoneamento Híbrido é uma estratégia para equilibrar a distribuição funcional dos diferentes padrões de uso do solo. Considerando que o urbanismo funcionalista com suas segregações funcionais produz deslocamentos cada vez maiores, o Zoneamento
Híbrido visa a integração e aproximação dos setores residenciais aos não-residenciais com serviços, comércio, instituições, equipamentos públicos, áreas de lazer, e outros.
Os parâmetros de Intervenções nos Corredores Urbanísticos estabelecem diretrizes para intervenções em vias consolidadas e em processo de consolidação, considerando o número de faixas, configuração de uso das faixas, modalidades de transporte público, e elementos do entorno, como calçadas, fruição pública nas quadras, densidade urbana, entre outros.
Destaque para a implantação de ciclovias, que assumem diversas configurações em cada contexto específico, como ciclovias elevadas sobre as estações de ônibus, trens e metrôs, ciclovias semi-elevadas integradas ao monotrilho, e ciclovias centrais e laterais integradas aos sistemas de transporte de massa.