A proposta que visa atender a demanda por novas unidades habitacionais integradas ao comércio (edifícios de uso misto) no Setor Habitacional Sol Nascente, Trecho 2, na Região Administrativa de Ceilândia – DF, se desenvolve em 12 lotes de 3.106 m² cada, sendo que o objeto modelo desta proposta toma como base os Conjuntos B1 e B2. Com a regra de condicionar o comércio no térreo e três pavimentos de unidades habitacionais, nossa abordagem se concentra em 7 pontos fundamentais:
PROJETO URBANO – PAISAGISMO – POTENCIAL CONSTRUTIVO – SISTEMA CONSTRUTIVO – INTEGRAÇÃO SOCIAL – SUSTENTABILIDADE – PLASTICIDADE
1. PROJETO URBANO
Os edifícios se abrem para a cidade ao apresentar o conceito de blocos deslocados e circulações internas com vistas para o entorno. Os acessos de pedestres e veículos foram cuidadosamente pensados para otimização dos fluxos, e os desníveis do terreno foram considerados no acesso às lojas do térreo, cujos desníveis de uma ponta a outra do edifício chegam a 3 metros. Assim, as lojas têm pé-direito variável, de 2,50 m até 5,50 m, o que resulta em diversidade de tipologias e valores das unidades comerciais já que parte delas pode fazer mezanino e multiplicar sua área de uso. Entre os dois conjuntos, o espaço intersticial destinado à praça foi utilizado em “L” para dar sentido de continuidade com as outras quadras, além de dispor de faixas de pedestres elevadas e ciclovia.
2. PAISAGISMO
O desenho paisagístico da praça utiliza a mesma linguagem ortogonal dos edifícios e também trabalha com o conceito de continuidade e fluidez ao usar linhas bem marcadas. A especificação da vegetação considera as espécies típicas do cerrado, bem como os aspectos estéticos envolvidos.
3. POTENCIAL CONSTRUTIVO
Buscamos a melhor relação entre densidade e conforto. O Coeficiente de Aproveitamento dos lotes é igual a 2, o que permitiria até 6.212 m² de área computável. No entanto, com edifícios de apenas 4 andares, a utilização máxima resultaria em uma densidade desconfortável, sem áreas de convívio social e circulações fechadas. Portanto, preferimos utilizar o máximo potencial do ponto de vista qualitativo, criando o máximo de unidades habitacionais e comerciais sem prejuízo da ventilação, insolação, circulações e espaços de convivência.
4. SISTEMA CONSTRUTIVO
Os sistemas construtivos adotados priorizam os aspectos da economicidade, modularidade e rapidez de execução. O térreo e os 3 pavimentos residenciais são construídos em alvenaria estrutura de blocos de concreto e lajes pré-fabricadas de concreto. As circulações dispostas entre os blocos são de estrutura metálica e lajes de concreto. No subsolo, sistema convencional de concreto armado moldado in loco para execução de arrimos, pilares e vigas.
5. INTEGRAÇÃO SOCIAL
A integração se dá em primeira instância no interior do bloco, onde uma praça interna com bancos, iluminação, vegetação, cria uma ambiência propícia para o encontro e o fortalecimento dos laços comunitários. O playground cria essa possiblidade para as crianças, além do lazer. Num segundo nível, a integração se dá de dentro do bloco para fora, onde as circulações abertas e vistas para o entorno integram o edifício à vida urbana.
6. SUSTENTABILIDADE
Os edifícios foram pensados de forma a aproveitar e as melhores condições de ventilação cruzada e insolação. Os brises horizontais e verticais resultam de estudos da carta solar de Brasília para proporcionar adequado sombreamento nas fachadas. Outra estratégia de gestão dos recursos naturais é o reuso de águas pluviais.
7. PLASTICIDADE
Os aspectos formais e estéticos do Conjunto Sol Nascente 2 mostram que a padronização e economicidade construtiva não são sinônimos de baixa qualidade plástica. O jogo de volumes dos edifícios e posicionamento das circulações horizontais e verticais cria um ritmo de cheios e vazios, e as fachadas seguem uma composição variável de janelas, varandas e cores.